Sindicato dos Tecnólogos
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Audccon: Fevereiro, o anão




30/01/2025

Soldados de Napoleão, em 1799, descobriram um fragmento de basalto que continha escritos que, só em 1822, Jean-François Champollion conseguiu decifrar e esclarecer, ao mundo de então: os egípcios conheciam a medicina, astronomia, geometria, usavam pesos e medidas e tinham um sistema organizado de governo.

As revelações dessa pedra de roseta, as descobertas das ruinas de Herculano e de pinturas pré-históricas nas grutas de Lascaux ensinaram que cada era, inclusive a nossa, não ocupa mais do que uma porção insignificante do tempo.

A medida do tempo se faz em calendários, e os últimos milênios tem se valido na rotação da Terra em torno de seu eixo, revolução em torno do Sol e nas circunvoluções da Lua ao nosso planeta.

Em 46 A.C, Júlio César, modificando os calendários, egípcios e dos judeus, errou nos cálculos, A Páscoa estava sendo empurrada para trás, a ponto de não mais ser comemorada em marco.

Em 1582, o papa Gregório XIII reuniu uma comissão de doutos da época e, como consequência, editou bula papal que criou o calendário cristão, na qual uma das decisões foi manter a Páscoa onde interessava à religião, amputando 10 dias no calendário de César.

Com isso, do dia 04 de outubro avançaram para 15 do mesmo mês e ano, sem mais delongas. Os países católicos romanos o adotaram imediatamente. A Inglaterra protestante e suas Colônias só cederam em 1792. Assim o calendário gregoriano, um dos 40 existentes, ainda não é rigorosamente preciso: adianta 26 segundos por ano, o que levará em 10.000 anos, a uma margem de erro de seis dias. Já ficam os amáveis irmãos, avisados para que um novo Gregório faca suas previdências e tome suas providencias, lá pelo 9º milênio... Não há tanta pressa assim.

Todas essas lucubrações, produtos de lidos aqui e a li, vem à tona porque o mês de fevereiro é o mais mutilado e, de quatro em quatro anos, deixa de ter apenas 28 dias para se ver aquinhoado num 29º.

Mas fevereiro tem muito mais: tem Carnaval e uma nega chamada Teresa como diz letra de samba.

E que se fale em Carnaval com muito respeito, não porque eu seja brasileiro, mas porque já o Barão do Rio Branco, do alto da sua invejável sabedoria de estadista (talvez o maior que o Brasil já teve) declarou de forma insofismável: No Brasil só há duas coisas organizadas: a desorganização e o Carnaval. Por aí se vê que não há como contestar tão insignificante e douto brasileiro.

Realmente, com a graça de Deus estamos numa terra em que tudo dá, como dizia Pero Vaz de Caminha, menos terremotos, nevascas, vulcões, furacões e tornados, que deixamos para os países do primeiro mundo.

Mas fevereiro está para chegar... Tenham calma, irmãos, que o Brasil não há pressa... E como diz o sábio: Em terra de sapo de cócoras com ele. 

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