14/09/2017

O Sindicato dos Tecnólogos do Estado de São Paulo promoveu, nesta quarta-feira, 13 de setembro, a segunda palestra da série de encontros gratuitos. Desta vez, o convidado foi o tecnólogo em Construção Civil modalidade Obras Hidráulicas, Carlos Campos, que falou sobre o tema “Rios e córregos livres das águas poluídas”. O evento ocorreu na sede da entidade. 

O destaque da apresentação do especialista, que é diretor de Projetos da ONG Ação e Cidadania – Planeta 21, funcionário concursado do SEMASA – Santo André e ex-assessor técnico da Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Guarulhos, foi um projeto de coletor de esgotos criado por ele e implantado em um córrego, na cidade de Guarulhos. “Trata-se se uma técnica de baixo custo e rápida instalação”, explicou ele. “O coletor de esgoto (PVC 400mm) é colocado dentro do próprio rio de uma maneira manual, capaz de recolher o esgoto clandestino que vem das galerias”.

No local, foram implantadas também duas redes de esgotos de menor diâmetro em cada margem do rio para coletar os esgotos das residências, deixando o trecho do rio totalmente livre das águas poluídas. “É uma técnica extremamente simples. O lençol freático começa a fluir sem se misturar com as águas poluídas porque elas foram todas segregadas, e as nascentes que desaguam no rio ganham um leito limpo”, frisou o tecnólogo. Com o córrego despoluído, de acordo com Carlos Campo, é possível introduzir, por exemplo, peixes da espécie guaru, um devorador voraz do mosquito da dengue. “O que poderia levar décadas para ser feito dentro da engenharia tradicional, podemos fazer rapidamente a custo muito baixo, levando bem-estar imediato para a população que mora às margens desse curso d`água”, afirmou.

Sobre o evento, Carlos Campos ressaltou que a iniciativa do Sindicato é de fundamental importância. “Todas essas experiências têm que ser trocadas entre técnicos de várias modalidades para avançarmos e encontrar soluções mais factíveis, de baixo custo para melhorar a situação social do Brasil”, salientou. “Não pode ficar tudo nas mãos das grandes empreiteiras porque o país não tem recursos para continuar com obras tradicionais. Há de se dar oportunidade às tecnologias mais simples, mas que tenham resultados altamente satisfatório e baixo custo para a população das periferias das cidades brasileiras”, concluiu.

O presidente do Sindicato, José Paulo Garcia, reforçou a importância do encontro. “Essa é nossa meta: trazer profissionais tecnólogos para palestrar para tecnólogos e trazer informações para os nossos associados. Esta vai ser sempre a meta desta gestão do Sindicato. E vamos ampliar mais essas palestras. A ideia é fazer mais de uma vez por mês”, disse, lembrando que a associação também promoverá cursos em 2018.  

Opinião dos participantes

Para João Paulo Pereira, tecnólogo em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a palestra foi de suma importância para tecnólogos e outros profissionais da área de saneamento, meio ambiente e de obras. “Foi interessante porque o professor apresenta modelos bastantes simples no quesito da implantação de uma obra com baixo custo e com alto valor agregado para melhoria da qualidade de vida das pessoas, no momento em que é tão importante essa conscientização ambiental e promoção de saúde”, opinou.

“Sou totalmente a favor das ideias dele, um projeto promissor. O que precisamos é ter o apoio dos governantes para dar andamento”, disse o biólogo Carlos Belizoti.