Sindicato dos Tecnólogos
do Estado de São Paulo

Trabalhando pelo bem da categoria desde 1989.

Outros caminhos para os Tecnólogos: sugestões




Outros caminhos para os Tecnólogos: sugestões

07/03/2018

Por Jonathan Adam

Quando entrei na graduação de tecnologia em Hidráulica e Saneamento ambiental na Fatec São Paulo não fazia a menor ideia de que existisse o tal curso “tecnológico” e o título de “tecnólogo”. Sequer imaginava um curso tão específico dentro do ramo da construção civil e das obras que não fosse as já estimadas Engenharia civil e a Arquitetura. Definitivamente foi um novo mundo que se abriu para mim.

Todavia, não demorou muito para eu descobrir que, por mais que estivesse num curso tão exigente e específico, de antemão, não haveria o devido reconhecimento social e acadêmico. Logo pensei: “onde fui me meter ao me inscrever neste curso ?”. Não sem demora, ouvia historias de pessoas formadas antes de mim que corriam para cursos de Engenharia civil, outra graduação. “Por quê ?”, pensei. “Para ter um título a mais; para se refinar nos conhecimentos laborais da construção civil”, respondia a mim mesmo. Minha ignorância e ingenuidade, me traíram ! Descobri que a maior parte dos colegas, tanto os que se formaram como os que iriam se formar, matriculavam-se na graduação de Engenharia civil para terem as atribuições majoradas com o título de engenheiro civil.

Não parece muito animador quando as pessoas que fizeram o curso ulteriormente menos reconhecido são as primeiras a não reconhecê-lo. Porque afinal, elas estudaram tanto ! Tiveram energias e humores consumidos por quatro anos – até mais às vezes – para fazerem outra graduação, no mesmo ramo, a fim de agradar não a elas mesmas, na sua maioria. Entrementes, talvez seja por conta deste gasto de energia que esses recém graduados, já dignos de apreço, rendem-se exaustos aos caprichos alheios.

Parece-nos, em suma, que a graduação da pessoa é definida pelo ingresso nos, sabe-se lá por quais razões, enaltecidos cursos de Engenharia. Pelas exigências de mercado, um mero formalismo a ser adotado é o que importa. Sabe-se que não só os tecnólogos encontram-se neste billiard, mas também biólogos, gestores ambientais, até arquitetos em certo grau, entre outros, que mais realizam o papel das bolas do jogo do que as mãos que controlam os tacos.

Sem mais delongas, após apresentar este contexto, gostaria de sugerir que deixemos estas formalidades, já muito antiquadas à nossa realidade atual, para enveredarmos por outros caminhos. Caminhos que podem revelar aventuras pessoais muito mais desafiadoras e proveitosas; muito mais dignas de deleite e reconhecimento pessoal !

Estou falando dos cursos de pós-graduação de ponta existentes nas universidades públicas. Irei me ater as nossas universidades do Estado de São Paulo, mas o raciocínio vale para qualquer leitor, leitora que esteja espalhado pelo país.

Entre nós, nunca me pareceu justo este contexto e corriqueiramente tinha interesse em me refinar na minha formação. Por isso comecei a pesquisar programas de pós-graduação que houvesse dentro ramo; acredito sinceramente que é possível tirar mais proveito dessa educação progressiva, bem como o valor pessoal tornar-se muito maior. Isto porque você poderá se empenhar naquilo que te aprouver. Citando Nietzsche: “Se te apraze esforçar, esforça-te [...] e não recue ante nenhum pretexto, porque o universo se organizará para te dissuadir.” Creio que essa citação possa servir de um singelo guia.

Existem cursos de Mestrado, Doutorado e Especialização nas principais universidades públicas do Estado: UNICAMP, USP, Centro Paula Souza, UFABC que se prestam à investigação científica de reconhecimento internacional. Falando em internacional, existem formas de ingresso nas Universidades em outros países com apoio de bolsas ou instituições como o Campus France que são feitos para dar total suporte informativo e instrutivo para as pessoas interessadas e dispostas. Dificuldades afins – que existem - são cursos dos quais chegar à etapa de realização da matrícula já é razão de esboçar um sorriso de satisfação.

E por que não, algo que não só uma ou duas vezes interrompeu minha concentração em minhas leituras, realizar um curso técnico ? Às vezes um curso técnico pode enriquecer algum conhecimento dentro da nossa área que, como sabemos, na universidade pode ser menos explorado. Alguns assuntos que sentimos desejo de “quero mais” e sentimos que falta; se vamos do técnico para a universidade, por que não fazer o caminho inverso em função de nossas necessidades ?

A esta altura já notaram que quero incentivar o aperfeiçoamento individual; enaltecendo, de certa forma, o indivíduo em detrimento da sociedade e seus caprichos. Que nosso interesse pessoal seja o primeiro motivo de nosso engajamento.

-------------------------------------------

Artigo escrito por Jonathan Adam, participante do programa Jovens Profissionais do Saneamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (JPS-SP/ABES-SP (physis.adam@gmail.com). O artigo é de responsabilidade dos autores, não necessariamente exprimindo as opiniões do JPS-SP, da ABES-SP ou do Sindicato dos Tecnólogos.

 

Voltar
Sindicato dos Tecnólogos do Estado de São Paulo © Todos os direitos reservados | Designed by PieReti